Contrariamente às expectativas, um país vizinho da Alemanha está agora a regressar ao dinheiro. A visão de um futuro sem dinheiro vivo poderá ter de esperar mais algum tempo.
A Suécia, outrora considerada o país mais progressista em termos de pagamentos digitais e um modelo para a Europa, está agora a dar um passo atrás em direção ao dinheiro. Esta mudança é surpreendente, dado que cerca de metade de todos os pagamentos na Alemanha são atualmente digitais, com os pagamentos por smartphone a ganharem popularidade pela sua conveniência e rapidez.

A razão para o regresso da Suécia ao numerário radica em preocupações de segurança, particularmente evidenciadas pelo ataque da Rússia à Ucrânia. Este acontecimento demonstrou a vulnerabilidade dos sistemas digitais aos ciberataques, tornando potencialmente inúteis os métodos de pagamento eletrónico em situações de crise.
Para restabelecer a utilização de numerário, o governo sueco está a distribuir folhetos e brochuras aos agregados familiares, com o objetivo de aumentar a aceitação de moedas e notas entre a população. Esta medida reflecte a crescente consciencialização da importância de manter o numerário como uma opção de pagamento resistente.

Embora os pagamentos digitais continuem a crescer na Alemanha, prevendo-se que o mercado atinja 852,1 mil milhões de dólares até 2029, a decisão da Suécia serve para recordar a importância contínua do numerário para garantir a resiliência e a inclusão do sistema financeiro. Na Alemanha, o numerário ainda representava 51% das transacções em 2023, indicando uma transição mais lenta para os pagamentos digitais em comparação com a rápida adoção anterior da Suécia.
Esta evolução está em consonância com a opinião do Deutsche Bundesbank sobre a importância de preservar o acesso e a aceitação do numerário, tal como referido no seu recente estudo prospetivo. Este estudo sugere que o futuro dos pagamentos pode implicar uma abordagem equilibrada, mantendo o numerário a par das opções digitais para garantir a resiliência do sistema e a escolha do consumidor.