Laboratório secreto da OMS em Spiez: revelações e perguntas sem resposta
O laboratório BioHub da OMS em Spiez, na Suíça, tem vindo a causar polémica desde há algum tempo. Christian Oesch, membro da organização sem fins lucrativos “Wir”, e a sua equipa realizaram uma investigação que levanta questões controversas sobre a função e a transparência deste laboratório. Numa entrevista, Oesch esclarece os antecedentes e revela possíveis ligações ao Regulamento Sanitário Internacional (RSI) e a estruturas de poder globais. Aqui está um resumo das descobertas mais importantes.
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Descoberta do BioHub da OMS em Spiez
Oesch e a sua equipa tomaram conhecimento do BioHub da OMS no início de 2023, quando estavam a trabalhar no regulamento sanitário internacional e no tratado sobre pandemias da OMS. Um documento da OMS apontava o laboratório de Spiez como o local central para um sistema global de distribuição de agentes patogénicos.
O que é particularmente surpreendente é o facto de o laboratório ter sido criado sem um amplo debate público, o que levanta questões sobre a transparência. “Porque é que não há praticamente nenhuma reportagem crítica sobre isto na Suíça?”, pergunta Oesch, falando de um “apagão mediático”.
História e função do Laboratório Spiez
O Laboratório Spiez tem as suas raízes na resposta às armas químicas durante a Primeira Guerra Mundial e foi fundado em 1925 como um instituto federal de proteção contra os riscos NBC (nucleares, biológicos e químicos). Nas décadas de 1940 e 1950, foi expandido para incluir funções de proteção química e nuclear, seguidas de uma atualização para o mais alto nível de biossegurança (BSL-4) em 2010.
Atualmente, o laboratório efectua análises e diagnósticos de agentes e toxinas altamente patogénicos, produz pequenas quantidades de agentes de guerra química para fins de referência e testa sistemas de proteção contra ameaças CBRNE (químicas, biológicas, radiológicas, nucleares, explosivas).
Desde maio de 2021, o laboratório funciona como BioHub da OMS, um centro para o armazenamento, a caraterização e a distribuição global de agentes patogénicos com potencial epidémico ou pandémico. Oficialmente, o objetivo é acelerar o intercâmbio de agentes patogénicos para investigação, diagnóstico e desenvolvimento de vacinas.
Mas Oesch vê mais do que isso: “O laboratório cultiva e optimiza agentes patogénicos vivos, armazena-os a -80 °C e distribui-os por todo o mundo. Os dados, incluindo as sequências genómicas, são armazenados em bases de dados da OMS”.
Preocupa-o a falta de controlo parlamentar na Suíça e a ligação à controversa investigação de ganho de função, que pode tornar os agentes patogénicos mais infecciosos ou mais resistentes de uma forma direcionada.
Falta de transparência e comunicação tardia
O Laboratório Spiez só publicou um aviso sobre o BioHub da OMS em 20 de junho de 2025, apesar de este já existir desde 2021. “Esta comunicação tardia levanta questões”, diz Oesch.
Suspeita-se de que a informação foi deliberadamente ocultada, possivelmente para proteger a reputação da empresa ou para evitar críticas. A população e o parlamento suíços não foram questionados sobre o seu apoio a um centro mundial para agentes patogénicos de alto risco no seu território. Para Oesch, trata-se de um princípio de “transparência no último minuto”.
Misteriosos fios de aranha e armas biológicas
Outro tema que a equipa de Oesch está a investigar são os misteriosos fios brancos que foram encontrados em jardins da Europa Central e que se assemelham a teias de aranha.
Testes laboratoriais demonstraram que estes fios contêm cavidades preenchidas com mais de 50 substâncias, incluindo substâncias tóxicas. Algumas substâncias nem sequer estão registadas em bases de dados internacionais.
Patentes de 2013 indicam que esses fios foram desenvolvidos para aplicações na agricultura, medicina ou biologia. Oesch suspeita que possam ser distribuídos por drones ou aviões e fala de possíveis ligações ao desenvolvimento de armas biológicas.
A associação pediu esclarecimentos ao Conselho Federal Suíço, mas foi rejeitada.
Ligações a organizações internacionais
O Laboratório Spiez está estreitamente ligado ao Inselspital Bern, onde os doentes cedem as suas amostras biológicas para fins de investigação através de formulários de “Consentimento Geral”. Estas amostras, incluindo os dados genéticos, podem ser transmitidas a parceiros internacionais sem revogação.
Desde 2021, o Inselspital tem vindo a operar um biobanco BSL-3 que cria genomas sintéticos de agentes patogénicos de alto risco. Para Oesch, trata-se de um “centro nevrálgico biopolítico” que funciona sem legitimidade democrática.
A Suíça, enquanto sede da OMS, da GAVI (Aliança Mundial para a Vacinação) e de outras organizações internacionais, beneficia de uma posição especial. Estas organizações estão protegidas pela imunidade diplomática da jurisdição suíça, o que torna o controlo mais difícil.
Oesch critica o facto de a OMS contornar os controlos democráticos com o BioHub e o novo Regulamento Sanitário Internacional (RSI), que foi adotado pelo Conselho Federal em 20 de junho de 2025 sem a participação do Parlamento.
Uma petição com quase 50.000 assinaturas e mais de 1.800 contribuições no processo de consulta foram ignoradas.
A investigação sobre a mutação de funções e as armas biológicas
A investigação de ganho de função, que pode especificamente tornar os agentes patogénicos mais perigosos, é permitida na Suíça, mas está sujeita a condições rigorosas.
Oesch receia que o laboratório de Spiez possa ser utilizado como terreno neutro para tais experiências. Refere-se aos biolaboratórios na Ucrânia que foram financiados pelos EUA e especula que os agentes patogénicos de alto risco poderiam ser transferidos para a Suíça.
“A Suíça pode tornar-se um centro de armas biológicas”, adverte.
Cooperação Internacional e Dra. Mary Nass
Oesch trabalha com a Dra. Mary Nass, uma especialista norte-americana em guerra biológica associada a Robert F. Kennedy Jr. Nass tem trabalhado intensamente com a OMS e o BioHub.
Oesch espera que esta colaboração atraia a atenção internacional para Spiez, especialmente porque os EUA cortaram o financiamento da OMS e querem acabar com a investigação sobre o ganho de função.
“Queremos trazer a onda do estrangeiro para a Suíça”, diz Oesch.
Conclusão: Um jogo de poder global?
Oesch não vê o BioHub da OMS como um mero projeto de investigação, mas como um “centro estratégico no jogo de poder global para a saúde e o controlo”.
A mais recente alteração à Portaria de Licenciamento de Medicamentos (AMBVau), de março de 2025, permite que organizações internacionais, como a OMS, importem medicamentos descontroladamente, sem responsabilidade e sem controlo democrático.
Isto faz lembrar o modelo GAVI, que, segundo Oesch, distribui milhares de milhões de doses de vacinas aos países em desenvolvimento sem regulamentação suficiente.
“Não se trata de saúde, mas de poder, de mercado e da erosão progressiva do controlo democrático”, resume Oesch.
A sua organização planeia continuar a exercer pressão, possivelmente através de um referendo sobre a Lei das Epidemias. De acordo com Oesch, a Suíça deve recuperar a sua soberania para deixar de ser um “executor” das estruturas de poder globais.
Para mais informações sobre a investigação da associação “Wir”, consultar o sítio web vereinwir.ch, nomeadamente a rubrica “Spinnenfäden”.





